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Bandas do happy rock abandonam a melancolia dos emos

06/06/2010 12:50

Caio Paifer/Divulgação

Desde a explosão do BRock, no início da década de 1980, não se via tanta cor na música pop nacional. Naquela época, a Blitz carregava nas tintas, principalmente nas cores flúor. Agora, uma nova leva de grupos vem se destacando também por isso. São bandas que se enquadram no chamado happy rock, o rock feliz, rótulo que foi criado inclusive por uma delas, a Restart. Mas, diferentemente da trupe de Evandro Mesquita, solar também porque nasceu na Praia do Arpoador, a maior parte das bandas vêm de São Paulo. E surgem como um contraponto à febre teen anterior, os emos, com suas roupas pretas e letras chorosas.

Além da Restart, os outros nomes do happy rock são os grupos Cine, Hori, Hevo84, Replace e Izi. Somente as duas primeiras, que encabeçam a lista, se incluem no rótulo. A Restart tem até uma música, Happy rock sunday, cujos versos – “E então tá tudo pronto pro amor, a paz e a curtição/ Eu vou dançar ouvindo o som do teu coração” – explicitam o descompromisso da banda. “Com a certeza de que iriam nos chamar de alguma coisa, resolvemos, já no começo da Restart, chamar o estilo de happy rock. A gente não tem regras. Como eu escrevo a maioria das letras, gosto de falar sobre o que estou passando e, assim, rola uma identidade com o público”, afirma o guitarrista Pe Lu. Em vez de rimar amor e dor, as bandas preferem falar aos fãs que pulem e dancem. Isso, sempre com um refrão grudento e um instrumental bem radiofônico ao fundo.

Essa geração Malhação – a novela teen é a principal porta de entrada dos grupos para a televisão – fala basicamente de amor, felicidade e amizade. Não há qualquer preocupação político-social, marca da geração paulistana de 1980, que surgiu no período pós-ditadura. A internet é o principal canal para divulgação dos grupos, que são campeões de acesso em comunidades virtuais como Orkut, MySpace, Facebook e Twitter. Sobre o visual, Pe Lu diz não ser nada planejado. “A galera tem curtindo muito essas roupas coloridas, que fazem com que reconheçam a banda. Mas o lance do visual não é forçado. Se em algum momento a gente não se sentir bem e resolver usar bege ou preto, vamos usar.”

E, claro, as bandas falam para um público que tem a sua idade. Dos quatro integrantes da Restart, somente Pe Lu tem 19 anos. Os outros três acabaram de fazer 18. Porém, o guitarrista fala com cancha de veterano. “Tocamos juntos desde os 12, 13 anos em outras bandas. Quando a gente estava se formando no colégio, resolveu criar a Restart. Falamos: ‘Vamos tentar a última vez. Se não der certo, cada um vai começar a sua vida separado’.” E isso ocorreu há menos de dois anos.

MySpace/Reprodução

Desde período para cá, o grupo conseguiu alcançar os 4,5 milhões de acessos em sua página no MySpace. “Como no começo não tínhamos empresário, mídia, nada, estávamos disponíveis para divulgar tudo na internet. Tanto que, antes de o disco físico sair, todas as músicas estavam no MySpace”, continua Pe Lu. O CD, para surpresa da própria banda, vendeu até agora 25 mil cópias, um número considerável no combalido mercado fonográfico e ainda mais levando-se em consideração que o público consumidor da Restart começou a ouvir música na era digital. Mesmo com a chegada à grande mídia, a banda não deixa de investir no universo virtual. Hoje as comunidades continuam sendo o principal meio de contato entre banda e fãs.

PULANDO DEGRAUS

Hoje em dia a Restart faz uma média de 12 a 15 apresentações mensais, índice de artista popular, como as duplas sertanejas. Xande Bispo, baterista da Hori, espera não levar muito tempo para chegar a tal número. O grupo está entre os mais cotados do gênero por uma simples razão: é encabeçado por Fiuk, astro de Malhação. A visibilidade que o filho de Fábio Jr. ganhou por causa da novelinha mudou radicalmente a trajetória do grupo. Por causa das gravações que tomam a agenda do vocalista de segunda a sexta-feira, as apresentações ficam relegadas ao fim de semana, quando ele está de folga da Globo. “Quando ele sair de Malhação, vai liberar nossa agenda de shows”, afirma Xande.

Estúdio ArtMix/Divulgação
Banda Restart, que assumiu o rótulo de rock feliz, aposta no descompromisso até no visual
A Hori foi criada há seis anos e lançou o álbum de estreia em 2009. “A gente seguia um caminho como o de qualquer outra banda. Essa história do Fiuk na Malhação é que nos fez pular vários degraus. Mesmo que tenha nos pegado de surpresa, foi muito bom para nós, pois economizou algum tempo de correria”, admite o baterista. Ainda que os integrantes da Hori carreguem menos na cor da roupa do que os da Cine e da Restart, não há como negar a importância do visual. Fiuk, por exemplo, um belo dia resolveu fazer show com par de tênis trocados (um pé de cada cor). Foi o que bastou para que isso se tornasse uma das marcas do vocalista, que vem rapidamente seguindo o caminho do pai.

Quanto ao rótulo happy rock, Xande prefere não ver a Hori enquadrada nele. “Não ligamos muito para receita, padrão de fazer música. Não nos consideramos emos, coloridos, nem nada. Pode chamar a Hori simplesmente de uma banda de pop rock.” Agora, não há como negar que as semelhanças – visual alegre, letras felizes, popularidade nas redes sociais e integrantes bonitinhos, que logo viram ídolos das garotas – os colocam no mesmo saco. “A gente é livre para fazer a música que quiser. Alguém disse que rock tem que ser malvado, rebelde, ‘do capeta’. Particularmente, sou contra. Não quero arrumar briga com político, ser melhor do que os outros. O que fazemos nas músicas é incentivar a galera a correr atrás do que quer. Acredito no sonho de ter uma família e ser feliz”, finaliza Xande