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Review de Sniper: Ghost Warrior para X360 de Outer Space

21/07/2010 22:21

 Todo jogo de guerra que se preze tem ao menos uma missão onde o jogador, munido de uma espingarda com mira telescópica, precisa abater seus adversários a longa distância. Os atiradores de elite sempre agradaram a uma classe de militares virtuais que preferem a paciência e o tiro mortal certeiro em vez da linha de frente perigosa e agitada. Infelizmente, poucos jogos dão destaque a esta classe amada por muitos, mas esquecida pelas desenvolvedoras. Tentando preencher essa brecha, a City Interactive lançou Sniper: Ghost Warrior, um jogo que mais parece uma releitura do antigo Sniper Elite até nos bugs.


Como de costume, em algum lugar da América Latina
Não dá pra saber se são os problemas com narcotraficantes ou os poucos estados ditatoriais que transformam a parte sul do continente americano em ponto referencial de conflito armado e corrupção. Independentemente da razão, em muitos jogos de vídeogame essa referência fica evidente e em Ghost Warrior isso não é diferente.

Uma fictícia ilha situada no hemisfério sul e de idioma espanhol teve seu governo derrubado por um grupo de militares que não estavam satisfeitos com o rumo que a ilha seguia na mão do seu antigo presidente. Após a queda do governo vigente, os militares sitiam cidades, passando a ter domínio total sobre todo o pequeno país. Os Estados Unidos, insatisfeitos com a derrubada da democracia por lá, enviam um grupo de marines para derrubar o exército opressor. Entre paramédicos e fuzileiros, um pequeno grupo de franco-atiradores encabeça as ações do grupo dando suporte, salvando reféns e passando informações ao resto da equipe. Um destes snipers é o próprio jogador que, ao longo de sua jornada, terá que aprender a enfrentar inúmeros desafios, muitas vezes sem a ajuda de sua tropa. Fazendo uma rápida análise, o enredo escolhido é recheado de clichês e os detalhes que vão além do arroz com feijão não interferem de maneira significativa ao longo da história.

A pedra andou. Eu vi!
Ghost Warrior usa a Chrome Engine 4, a mesma usada em títulos como Call of Juarez e Call of Juarez: Bound in Blood. Uma tecnologia ultrapassada que apresenta uma mistura de correções e defeitos. Os raios de sol batendo nas cristalinas águas do rio ou a densa mata fechada vista de cima chamam a atenção pelas belas texturas. O mesmo pode ser dito para a modelagem dos personagens com rostos realistas e partículas de poeira que voam nos áridos terrenos descampados dos vilarejos. O problema é que a ChromeEngine 4, quando comparada às ferramentas atuais, não consegue esconder a idade. Se por um lado a City conseguiu dar uma boa enxugada nos erros deixando belos efeitos, outros foram impossíveis de esconder. Algumas texturas estão em baixa resolução (principalmente as plantas) possuindo uma aparência horrível, efeito que é destacado quando exposto ao lado de um item em alta resolução. Além do abismo entre altas e baixas resoluções, ainda existem os pop-ups de algumas texturas que, sem nenhum motivo, pipocam na tela sumindo e reaparecendo inúmeras vezes.

O jogador está lá, sentado no meio do mato esperando o melhor momento para abater seus rivais quando, lá no canto, uma coisa começa a se mexer. Certamente será um inimigo, certo? Negativo, é uma pedra que some e aparece, uma vegetação que anda sozinha, sem vento ou coisa alguma. Esse defeito em particular não é tão óbvio no cenário -- é preciso utilizar uma luneta para encontrá-la. Ainda sim, é um erro grave e que irá se repetir inúmeras vezes em todas as missões.

Além das texturas ainda se tem a total falta de preocupação com as sombras de tudo: do protagonista às árvores. Blocos quadrados constroem a silhueta de tudo que compõe o cenário deixando as coisas mais feias do que realmente são. As sombras mal acabadas e serrilhadas já acompanham todos os jogos que usam a engine e, pelo visto, é um inconveniente que está longe de ser resolvido.

Vento x distância x velocidade = headshot
Quem jogou Sniper Elite deve lembrar que a parte mais interessante era os tiros certeiros na cabeça dos inimigos que mostravam o trajeto do projétil desde a ponta do cano até o meio da testa do coitado moribundo. Sniper: Ghost Warrior traz exatamente a mesma coisa, deixando-o com cara de sucessor espiritual, o que não é nem um pouco ruim. Por mais que seja repetitivo, uma vez que os tiros na cabeça sempre são o foco, nada é mais recompensador do que ver toda a trajetória da bala que rasga o ar até atingir o oponente.

Um tiro perfeito na cabeça não é tão simples como se imagina. A distância do alvo, velocidade do vento e até a respiração do franco atirador conta na hora do disparo, e aprender a ser certeiro é uma ciência. Quanto mais longe, mais a bala sofre influências externas e perda de velocidade/altura. Um protagonista angustiado e sem fôlego também transmite suas imperfeições para a arma, errando o alvo mais banal que possa parecer. Talvez esta seja a parte mais interessante do jogo: levar todo o ambiente e sentimentos em consideração na hora de apertar o gatilho. Para entender como tudo funciona é só seguir os elementos gráficos da tela como velocidade do vento, batimentos cardíacos e distância do alvo. Se o jogador for daquele tipo que adora sair correndo pelo cenário, notará que seu coração sempre estará em um ritmo mais acelerado do que quando em repouso. Demora-se um pouco até compreender como tudo funciona e começar a dar os primeiros tiros certeiros a longa distância, porém, assim que se aprende a ação ela se torna mais natural e espontânea. Quem não tem paciência para treinar toda a técnica que permeia a missão de franco atirador pode escolher dificuldades mais baixas que contam com uma segunda mira, uma espécie de bolinha vermelha que aparece na tela mostrando onde exatamente a bala irá atingir no final do traçado.

Multiplayer salva o pacote
Se Sniper sofre de bugs e problemas vindos da engine ultrapassada, o multiplayer pode salvar o bom humor do jogador. Não, nenhuma melhoria gráfica acontece, apenas é a chance de jogar contra pessoas reais e por em prática tudo que o singleplayer ensinou durante a campanha. A grande diferença aqui dos FPS convencionais é que agora ninguém fica correndo pelo cenário caçando desesperadamente os adversários. O negócio aqui é ficar o mais invisível possível e atento para o que está acontecendo ao redor, um movimento em falso e até 23 franco-atiradores podem descobrir o jogador e fuzilá-lo sem piedade. Mesmo com modalidades convencionais de mata-mata e entre equipes a diversão reina pelo jogo, por si só, ter uma proposta diferente da convencional.

Se algo negativo pode ser dito do multiplayer são os míseros quatro mapas disponíveis. Todos eles são excelentes para se esconder, deixando o jogador à vontade para se fixar e procurar os demais adversário. É uma pena ver o pouco número de mapas limita os esconderijos possíveis, eliminando o elemento surpresa após algumas partidas.

Conclusão:
Quando o assunto é ser um atirador de elite, Sniper: Ghost Warrior desempenha um bom papel empregando diversos fatores que um atirador real usaria, porém o desgaste da ChromeEngine 4 é evidente e acaba trazendo tantos problemas gráficos que ofusca qualquer outro ponto positivo. A diversão encontrada no jogo se restringe ao multiplayer, que, afinal, garante a chance de reunir 24 apaixonados pelo tiro a longa distância em um lugar só. 

Prós:

  1. Multiplayer interessante;
  2. Replay dos tiros é um diferencial positivo.



Contras:

  1. Pop-ups das texturas atrapalham o tempo todo;
  2. Texturas em baixa resolução deixam tudo mais feio;
  3. Diversos outros bugs gráficos.